Fiorella Boanguro - A Pequena Samurai
Fiorella Boanguro - A Pequena Samurai
As guerreiras excepcionais, da antiguidade a Tomoe Gozen e da atualidade a Fiorella Bonaguro - Da Esquerda para direita: Kanji (巴御前) relacionado a Tomoe Gozen e ao lado, Fiorella Bonaguro e a escrita FIORELLA em katakana (フィオレッラ), tendo como fonte de escrita o Mestre Calígrafo Japonês Eri Takase.

A História não é somente de guerreiros homens, as guerreiras mulheres samurais também existiram e fizeram proezas relevantes na História do Japão. Embora de formas diferentes e dentro da civilidade, a tradição japonesa permanece com força, as guerreiras atuais continuam fazendo história, especialmente no Karate Shotokan, como é o caso de Fiorella Bonaguro do Dojo Renbukan Brasil

A  Confederação Brasileira de karate Shotokan (JKS Brasil) já se dirigiu carinhosamente nos comentários da Página oficial da Atleta Fiorella Bonaguro como A Pequena Samurai, e essa expressão carinhosa faz sentido, para isso, vamos voltar ao tempo, em meados de 1100 no Japão.

Atleta Fiorella Bonaguro no dojo Renbukan Brasil - 10 de maio de 2022
Atleta Fiorella Bonaguro no Dojo Renbukan Brasil, foto do dia 10 de Maio de 2022

Os Samurais tiveram funções diferenciadas ao longo da História do Japão. Entre as quais, de servidores civis do império japonês para cobranças de impostos dos camponeses, também estabeleciam a ordem e administrava as terras. No período feudal, em meados de 930 a 1877, os samurais assumiram as funções militares da aristocracia imperial.

A História dos guerreiros samurais sempre foi mais contada da perspectiva masculina, uma das razões é a forte tendência patriarcal, mesmo que conste períodos em que a classe samurais eram compostas exclusivamente de homens, também houve períodos em que as Mulheres japonesas atuaram como Guerreiras de Alta classe no Japão, e isto, antes da classe samurais surgirem. Elas eram chamadas de “Onna-bugeisha” (Mestre em Artes Marciais), termo mais associado as mulheres defensivas e “Onna-Musha” (Guerreira) , termo mais associado as mulheres ofensivas.

Em meados dos séculos 8 e 14 no Japão, as mulheres guerreiras já chegaram a colonizar novos territórios, sem envolvia em lutas, protegiam aldeias, protegiam suas famílias e já comandaram exércitos de samurais, algumas dessas guerreiras ganhou notoriedade, aqui citamos a Tomoe Gozen.

É comum encontrarmos textos modernos referindo-se Tomoe Gozen como “Onna-bugeisha”, entretanto, conforme termo e o que se dita a história, essa guerreira é considerada Onna-Mucha. Estima-se que ela viveu por volta de 1157 a 1247 em uma época de graves conflitos e guerras. Era comum as mulheres receberem treinamentos de artes marciais para propósitos defensivos.  A Tomoe foi mais além, direcionou sua Arte Marcial para propósitos ofensivos e em poucos anos liderava exércitos.

Na Batalha de Yokotogawara (1181), Tomoe Gozen se destacou por derrotar sete samurais. Em 1173 na Batalha de Tonamiyama ela liderou mais de mil guerreiros de Minamoto Yoshinaka alcançando a vitória.

Em 1184 na Batalha de Uchide No Hama liderou 300 samurais de Minamoto Yoshunaka contra 6.000 homens do clã Taira, nesta batalha, dos 300 sobreviveram  5 e destes 5 a Tomoe permanecia viva e seus feitos vão mais além.

O final de sua História continua sendo um enigma, segundo alguns estudiosos, ela seguiu o restante de sua vida num mosteiro budista.

Heike Monogatari descreve Tomei Gozen em seu texto da seguinte forma:

“Tomoe era especialmente linda, com pele branca, cabelos longos e de encantadoras características. Ela também era notavelmente forte com o uso do arco, e ao empunhar a espada ela uma guerreira com o valor de mil, pronta para confrontar demônios ou deuses, ela estando montada ou não. Ela cavalgava um cavalo de força impecável com grande habilidade. Assim que as batalhas se tornavam iminentes, Yoshinaka a mandava como seu primeiro capitão, equipada com uma armadura forte, uma grande espada e um poderoso arco; e ela conquistava mais atos de valor do que qualquer outro guerreiro.”

Para historiadores, os textos de Heike Monogatari são considerados verdadeiros, vide: Stephen Turnbull (2008). The Samurai Swordsman. Master of War (em inglês). Clarendon, Vermont: Tuttle Publishing. pp. 142 – 144.

Tomoe tornou-se lenda, sua história se espalhou na cultura popular, ela também é frequentemente representada em um dos três festivais mais famosos em Quioto, o Jidai Matsuri (O Festival das Eras) que acontece em 22 de outubro todos os anos.

Em comparação da época em que os samurais eram uma classe dominante, nós vivemos em uma civilização mais moderna com valores diferenciados, e mesmo assim, os samurais ainda são os guerreiros mais famosos do mundo. A História dos guerreiros samurais e das guerreiras samurais ainda são objeto de discussões, enigmas, mistérios, estudo, cujo legado ainda continua a influenciar a cultura moderna nos mais diversos seguimentos e variados casos.

Da esquerda para direita: Juan, Atleta Fiorella Bonaguro e atleta yago Seto , treinando no Dojo Renbukan Brasil
Da esquerda para direita: Juan, Atleta Fiorella Bonaguro e Atleta Yago Seto, treinando no Dojo Renbukan Brasil.

De forma paralela e simbólica, Tomoe Gozen ainda perdura em nossa época e com notoriedade, como é o caso da Atleta Fiorella Bonaguro para com o Karate Shotokan, seus feitos estão testificados publicamente no seu incrível Portfólio Atlético e a sua pouca idade torna ainda mais espetacular suas conquistas no caminho do Karate, paralelamente, suas batalhas são travadas nos campeonatos tradicionais.

A Atleta Fiorella Bonaguro é muito bem orientada pelo Sensei Francisco Santiago, que é faixa preta , 6º DAN e da Sensei Barbara Belafronte, Faixa Preta 3º DAN do Dojo RENBUKAN BRASIL

Acompanhe mais de Fiorella Bonaguro, a Pequena Samurai e a Tomoe Gozen da atualidade.

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